20 de julho de 2007

Encerrado para férias...

... ou talvez não. Vai depender da praia e da inspiração....

18 de julho de 2007

Retaliação

Não, não há aqui qualquer leitura discriminatória ou xenófoba. A diversidade de orientação sexual constitui uma mais valia social e cultural como outra qualquer diferença que nos caracteriza.

O que me leva a postar esta traja não é essa, é mesmo o raio do boneco!
Já não aguento mais o boneco e o espaço afectivo que ele ocupa na vida do meu filho, nem na minha televisão, nem na minha casa, nem na minha vida. Não se consegue ver um noticiário, porque é a hora do boneco no canal Panda, não se consegue ver um filme inteirinho antes das 22.00h porque a qualquer altura é necessário disponibilizar o leitor de dvd para ver pela milionésima vez uma estória do boneco. Frequentemente tropeço nos múltiplos carros e aviões do boneco, que insistem em não estar arrumados no caixote dos brinquedos e andam sempre espalhados pelo chão. No banho, lá estão versões aquáticas do dito e seus amigos. Sei de cor todas as suas histórias, as deixas, os tiques de todos os personagens. Rara é a noite em que um dos 2 livros escolhidos para a leitura antes de adormecer não é do boneco. Os companheiros de cama do puto são a Xantily, uma coelhinha azul deliciosa que lhe ofereci no instante em que nasceu, e o palerma do boneco, por vezes até os lençóis são do boneco... Por mais que eu refile toda a gente insiste em oferecer produtos com o boneco. Só na roupa fui absolutamente intransigente, não quero cá nada com o malvado do boneco e afins, não há fita nem berreiro que me demova.

O boneco é um piroso e ainda por cima é um sonso aparvalhado que só me arranja confusões e obriga a arranjar argumentos para questões absolutamente pertinentes: mãe se ele é um menino porque é que conduz carros e aviões? Porque é que trabalha? Onde estão o pai e a mãe? Quem é que toma conta dele? Ele só come queques de groselha da Dina e gelados da D. Rosa? Ó mãe ele nunca toma banho, porque é que eu tenho que tomar todos os dias?

Ao longo deste último ano tenho tentado apresentar-lhe novos “amigos”, outros bonecos mais giros e inteligentes, mas ele insiste neste boneco. Resta-me esperar que o puto cresça e comece a perceber que o boneco é um pateta… enquanto isso, não resisti a esta pequena desforra!

17 de julho de 2007

Intercalares de Lisboa



Alguém me interpelou ontem..."então não postas nada sobre as eleições?". E eu, fiquei a pensar: Nasci em Lisboa, vivo em Lisboa, fui votar...
Mas a coisa foi tão deprimente, tão desprovida de surpresa e interesse que não se me oferece escrever nada... nem sobre as velhinhas de Celorico de Basto do PS que pensavam que iam numa excursão a Fátima, nem sobre a ciclista Helena Roseta com capacete à maneira e sem cartão de eleitor, nem sobre a entrevista da mulher do Carmona a dizer que era muito importante mais uns votosinhos para ficar umas décimas à frente do Negrão, nem sobre o Negrão esfíngeo e isolado, nem sobre o"Ginjas- Palhaço" que fez a campanha do Manuel Monteiro...
Mas, como gostei muito deste artigo de opinião do João Miguel Tavares, no DN d'hoje, aqui fica:


OS VOTOS EM ANTÓNIO COSTA NÃO ENCHEM O ESTÁDIO DA LUZ

As eleições são muito dadas a percentagens, mas não há nada como os números redondos. E os números redondos são estes: nove em cada dez lisboetas não votaram em António Costa. Tudo bem somadinho, o alegado grande vencedor da noite obteve 57 907 votos. Já vi mais gente no Estádio da Luz durante um Benfica-Gil Vicente. Eleições em que todos os partidos dizem que ganham não é novidade. Mas eleições em que todos os partidos, do CDS-PP ao Bloco de Esquerda, efectivamente perderam nunca antes se tinha visto. Reparem:

Perdeu o PS. É verdade que foi o partido mais votado, mas classificar de vitória os seus anorécticos 29,5% só mesmo por piada. Costa teve menos votos do que Carrilho - e isso é descer muito baixo. Aliás, a máquina socialista acreditou tanto nos seus militantes que encheu a sede de campanha com camionetas do Norte. Os jornalistas tentavam falar com os incontornáveis "populares" e só encontravam gente de Cabeceiras de Basto. Eu até ouvi uma velhinha da ideia de Matusalém confessar que não fazia a menor ideia porque estava na capital numa noite de domingo. 62,6% de abstenção é preocupante, com certeza. Mas não tão preocupante quanto convocar militantes do Minho para abanar bandeirinhas em Lisboa.

Perdeu o PSD e o CDS-PP. Ser batido por Carmona Rodrigues é mais difícil do que eu ganhar à bola ao Cristiano Ronaldo - mas Fernando Negrão conseguiu. Negrão tem ar de ser um homem honesto, mas é tão eloquente como uma estátua da Ilha de Páscoa. Cada vez que o apanhei na televisão a fazer campanha ouvi sempre o mesmo: "Votar em António Costa é trazer o Governo para dentro da Câmara de Lisboa. Votar em António Costa é trazer o Governo para dentro da Câmara de Lisboa." Isso até o meu papagaio aprende a dizer.
Para um comentário sobre o CDS-PP, é favor substituir "Fernando Negrão" por "Telmo Correia".
Perdeu o PCP e o Bloco de Esquerda. Ambos caíram em número de votos e em percentagem. Um caso triste, sobretudo para o Zé, coitado, que estava tão convencido das suas virtudes. Infelizmente, não é possível gostar em simultâneo dele e do Túnel do Marquês. E o Túnel do Marquês dá imenso jeito.

Até Manuel Monteiro perdeu. Monteiro teve menos votos do que aquele senhor que não gosta de imigrantes, embora se expresse pior do que um ucraniano. A Nova Democracia foi ultrapassada pela velha xenofobia. A partir do momento que se perde para o PNR, só há uma coisa a fazer: colocar lençóis brancos em cima dos sofás, apagar as luzes e ir à procura de uma vida melhor. Adeus, Manuel.

16 de julho de 2007

Ibéria


O prémio Nobel português José Saramago defende, numa entrevista publicada hoje no Diário de Notícias, que Portugal deveria tornar-se uma província de Espanha e integrar um país que passaria a chamar-se Ibéria para não ofender «os brios» dos portugueses.
O escritor, que reside há 14 anos na ilha espanhola de Lanzarote, considera que Portugal, «com dez milhões de habitantes», teria «tudo a ganhar em desenvolvimento» se houvesse uma «integração territorial, administrativa e estrutural» com Espanha.
Portugal tornar-se ia assim, sugere o Nobel português, mais uma província de Espanha: «Já temos a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco, a Galiza, Castilla La Mancha e tínhamos Portugal».
«Provavelmente [Espanha] teria de mudar de nome e passar a chamar-se Ibéria. Se Espanha ofende os nossos brios, era uma questão a negociar», disse o escritor, membro do Partido Comunista Português desde 1986.
Questionado sobre a possível reacção dos portugueses a esta proposta, Saramago disse acreditar que aceitariam a integração, desde que fosse explicada: «não é uma cedência nem acabar com um país, continuaria de outra maneira. (...) Não se deixaria de falar, de pensar e sentir em português».
Na visão do escritor, Portugal não passaria a ser governado por Espanha, passaria a haver representantes de ambos os países num mesmo parlamento e, tal como acontece com as autonomias espanholas, Portugal teria também o seu próprio parlamento.
Numa entrevista de quatro páginas ao Diário de Notícias, José Saramago diz que em Agosto começa a escrever um novo livro e fala também da sua fundação, recentemente constituída, que deverá «intervir social e culturalmente, preocupar-se com o meio ambiente e outras questões», além de promover o trabalho do escritor.
in Diário Digital

Os argumentos a apresentar em favor desta ideia são muitos, podem ser económicos e sócio políticos, geoestratégicos e geopolíticos como, o alargamento dos mercados e das áreas de influência, ou o aumento do peso relativo na EU e no Mundo.

Mas os meus, são afectivos. Desde que me reconheço como gente, que esta ideia pulsa em mim. Desde que fiz, talvez com seis anos, a minha primeira viagem à Andaluzia, que me senti pertencer aquele universo de gente orgulhosa e dolentemente feliz, que canta nas ruas música alegre e se senta nas praças ao final do dia a conversar com todos os que aparecem. (Confesso que durante anos atentei a alma da minha mãe por ela não ter alimentado um namoro com um tal Manolo, de Sevilha, que nos poderia ter dado o passaporte para vivermos no lado de lá...)

Anos depois, percorri o país: desde as grandes cidades, Madrid, Barcelona, Toledo,Valência, Granada, as ilhas, Bilbao, até aos "pueblos" mais pequenos…. E descobri que até aqueles que não querem ser espanhóis, mas Basco, têm a mesma alegria comunicacional, a mesma obstinação, uma inaudita capacidade de lutar pelos seus ideais, uma qualidade de vida acima da média, que não se mede só em dinheiro (mas também, uma vez que os salários são significativamente superiores e os preços dos bens de consumo significativamente inferiores, por comparação com os lusos) mas em gostar de viver, em ter acesso à cultura e em orgulhar-se de si.

Pudéramos nós dar esse salto civilizacional, pudéramos nós amarmo-nos enquanto povo, fossemos nós felizes como eles são…e aquilo que tendemos a desdenhar “a sobranceria espanhola” seria também a nossa altivez. Por isso estou com Saramago:Viva a Ibéria. (Talvez os pudéssemos era fazer desistir na monarquia. Que isso de reis e rainhas já é um bocadinho Dysneiano… e pesa no erário público).

10 de julho de 2007

Ventos...


Os distritos de Lisboa e sul do continente português estão hoje sob alerta Amarelo devido à previsão de vento forte e temperaturas elevada, enquanto a radiação ultravioleta vai apresentar-se com valores muito altos.
Será que estes são finalmente os ventos da mudança?

E então?

O facto de um trabalhador da administração pública ser dirigente sindical passa a estar especificamente referido como elemento a considerar na avaliação curricular dos funcionários (sistema usado quando não é possível a avaliação por objectivos ou desempenho), destaca o Público. Segundo a edição desta terça-feira do jornal diário, esta é uma das novidades daquela que poderá ser a última proposta para o sistema de avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP) entregue pelo Governo aos sindicatos.
in Diário Digital

Ouvi a notícia e fiquei com a dúvida, li no jornal e continuo com a dúvida: tal informação vai abonar ou prejudicar os referidos trabalhadores na sua avaliação? Ou muito me engano ou....

6 de julho de 2007

Um fim-de-semana Zen


Eu só conseguiria um fim-de-semana verdadeiramente zen, se primeiro atirasse a pedra à cabeça de alguém!

flexiSEGURANÇA

Cerca de 25 mil trabalhadores e sindicalistas europeus desfilaram ontem em Guimarães contra a flexigurança - despedimentos mais fáceis conjugados com maior protecção social. A manifestação, que obrigou ao corte do trânsito e mobilizou um forte dispositivo de segurança, apesar de discreto, coincidiu com a reunião informal dos ministros do Emprego e Assuntos Sociais da União Europeia (UE), que hoje termina naquela cidade.
JOÃO PAULO MENDES, DN On-line

Pergunto: Que meios vai disponibilizar o Governo para ouvir e processar esta gente toda, que se atreveu a estragar a estética da cidade de Guimarães e a incomodar os ouvidos dos senhores ministros do trabalho da UE? :)

5 de julho de 2007

Esquizofrenia


Estes são tempos de absoluto "no sense".
Sobrevivemos de boatos.
Nenhuma informação é fidedigna.
As decisões são arbitrárias e sucedem-se de forma absolutamente contraditória.
Todos especulam. Quem deveria falar, mobilizar e organizar mantêm um silêncio obstinado (informação é poder!)
E todos temem.

Lamentavelmente seguem-se aqui as orientações do venerável Governo (suponho que é assim que nos devemos passar a referir a suas Exas. para evitar o temido processo disciplinar e consequente exoneração): ocorre uma perda generalizada de humor e a critica é apenas sussurrada…
Não sei se por cansaço ou talvez porque os veneráveis “grandes gestores” desta casa mandaram por sedativos na água ou na comida.

Eu cá só bebo água engarrafada e vou começar de dieta!

Quero estar lúcida para assistir ao espectáculo (qualquer que ele seja)!

3 de julho de 2007

Voltar ao Trabalho


Depois de seis semanas, apetece-me tanto voltar ao emprego como ... ir dar banho ao cão!
(No caso, à cadela. E ela, bem precisada está!)