31 de janeiro de 2011

Não sei ...




Não, não deixei de ter palavras. Não, não me abandonou a vontade de escrever.

Mas... falta-me a deixa, o mote, o tema.

Este mundo anda tão banal! Ou serei eu que não o consigo ver a cores?
Não sei...

25 de janeiro de 2011

Agradecimento.

Obrigada cidadãos deste país.
Claro que devo agradecer mais a uns do que a outros... (mas isso agora não interessa nada!!).
O Presidente da República foi eleito e não haverá segunda volta!
E a nossa família (e a minha vida) voltou à doce monotonia do quotidiano... até às próximas eleições.

20 de janeiro de 2011

A escolha (por interesse) da Xanuca

Vivemos na ilusão do ideal, do perfeito, da romântica coincidência. Tendemos a achar que as escolhas que fazemos são orientadas pelo destino ou mesmo por qualquer inspiração divina. Mas aceitemos, todas as escolhas que fazemos são-no por interesse, pelo mais puro interesse (não se leia aqui a conotação comum e negativa de interesse, mas a sua definição etimológica, enquanto motivo, razão de escolha)!

Escolhemos os amigos, os companheiros, os pais dos filhos, porque são ricos ou porque são inteligentes, porque são gordos ou porque são magros, porque os admiramos, porque têm um carrão, porque são bonitos e altos, porque são mesmo bons na cama, ou pura e simplesmente porque nos fazem rir, porque os conhecemos desde sempre ou porque constituem o desafio do desconhecido, porque vivem no “mundo" ao qual queremos pertencer ou simplesmente porque já não suportamos mais a nossa solidão.

E assim, vamos vivendo entre estas escolhas interesseiras, e vamos sendo mais ou menos felizes em função das escolhas que fazemos.

Aproximam-se as presidenciais, e vamos ter de escolher.
Uns não terão dúvidas, são amigos, sabem que vão recolher dividendos, ou querem apenas manter o seu status quo, outros escolherão votar naqueles com os quais julgam partilhar ideais para conseguir um país melhor. Muitos votarão por puro desencanto, mesmo com raiva.

Eu, aqui me confesso, votarei por interesse, por puro interesse.

Não me inspira nenhum candidato, não encontro motivos racionais para votar em nenhum deles, não acredito na boa fé de nenhum, não gosto da sua sobranceria. As suas campanhas foram cinzentas, tristes e infelizes, mas…
... quero o meu marido em casa, tenho saudades de jantar em família, quero de novo tarefas partilhadas, quero ir ao cinema a dois, quero um gajo (adulto) na cama antes das 04.00h, quero que o telemóvel dele (nos parcos instantes que está ao pé de nós) pare de tocar compulsivamente, quero um fim-de-semana normal. Por isso vou votar (ainda que contrariada) para tentar evitar uma segunda volta. Vou votar, não para ter um país melhor, que sinto que não terei com nenhum destes candidatos, mas para que o meu filho durma a noite inteira (e não fique eternamente à espera que o pai chegue), para que a cadela pare de fazer xixi na cozinha (eu não consigo levá-la com frio e chuva à rua à meia-noite) e para que o meu martírio pessoal não se perpetue por mais uns tempos…

Já agora, se não tiverem nenhum interesse especial em qualquer um dos outros candidatos podem dar uma ajudinha à minha causa?

Muito agradecida pela colaboração!

17 de janeiro de 2011

A imutabilidade do que sou!

Senhores cientistas americanos, ou lá quem sejam, nasci sob o sol de escorpião e sou uma escorpiona pura, puríssima aliás, (o meu ascendente também é escorpião) que o digam os meus amigos e sobretudo os meus inimigos! Porque sou assim, e tendo em conta que sou mais teimosa que uma mula, e mais retrocida que um parafuso, morrerei escorpiona.
Recuso essa conversa de ser uma insípida Balança que não sabe se pende para aqui ou para ali!
Está dito!


"O Escorpião é um signo intenso, com uma energia emocional única em todo o zodíaco. Ainda que possam parecer calmos, os escorpiões têm uma agressividade e magnetismo escondidos internamente. São afáveis, sociáveis, reservados, cortêses e, ainda que pareçam estar um pouco afastados da acção, em realidade estão a observar tudo com seu olhar crítico.

O escorpião é tremendamente poderoso e seu caráter pode causar enormes benefícios ou grandes riscos para os demais. Sua tenacidade e força de vontade são únicas, mas também muito sensíveis e facilmente afetadas pelas circunstâncias. São emotivos e facilmente feridos.

Quando um escorpião consegue utilizar sua enorme energia de forma construtiva, transforma-se num grande agente para a sociedade e pode converter-se num grande líder. Não obstante, os escorpiões devem aprender a controlar-se, porque podem ser muito críticos.


São excelentes amigos dos que considerem merecedores de seu respeito.

Os escorpiões são muito imaginativos, intuitivos e têm uma grande capacidade para analisar situações e pessoas. De todos os signos do zodíaco, são os que mais probabilidade têm para converter-se em gênios - desde que controlem seu lado negativo, porque se escolhem o caminho errado podem ser muito destrutivos para eles mesmos e para outras pessoas. Devem tentar evitar sensações como a arrogância, a agressividade e o ciúme, porque eles sentem as coisas tão intensamente que, se se renderem a esses sentimentos negativos, podem perder o controle.
O Escorpião é o símbolo do sexo, e os escorpiões são pessoas muito apaixonadas e sensuais. Para os escorpiões fazer amor é um ato espiritual, e são capazes de sentir coisas que outros signos nunca conseguirão. Sua intensidade de sentimentos faz com que suas relações amorosas sejam profundas, mágicas e, às vezes, trágicas. Cuidam muito de seus amigos, mas quando são traídos é difícil recuperar sua amizade e confiança."


E também me recuso a perder a aura de "Deusa" sensual. Era o que mais faltava! Sempre me deu tanto jeito nos primeiros encontros, quando ao meu: - "sou escorpião", eles ficavam engasgados e corados e exprimiam um tímido: - "hum! hum!!!", aprovador e pensativo.

(Sei lá se isto não me vai voltar a fazer falta para um 4º ou 5º casamento, ou mesmo para o lar dos seniores?)

11 de janeiro de 2011

Onde é o limbo?

Não, não vou escrever sobre o caso Castro vs Seabra, nem sobre o julgamento do pai que espancou o seu filho bebé até à morte. Também não me quero pronunciar casuisticamente sobre dezenas de crimes passionais ou fraticídas, que com frequência enchem as gordas da nossa imprensa. O que me fascina (e preocupa), em todos eles, é o seu traço comum: o salto no limbo. O momento, em que cada um dos criminosos deixou de ser racional e do mais fundo do seu ser soltou uma raiva cega para cumprir aquilo que, naquele momento, considerou essencial à sua sobrevivência.

Tenho passado toda a minha vida cativada por isto… qual é a chave, o detonador, que despoleta o instante em que um pessoa se transforma em besta: quando é que o ciúme se torna tão insuportável que só a morte acalma, quando é que a cobiça por um palmo de terra assume um perfil mortal, que nível de cansaço e desespero exige a necessidade absoluta de calar para sempre o outro, quando é que uma ofensa necessita de ser cobrada com sangue, a partir de que momento o abuso só se sacia na morte do abusador. Quando é que a extinção do outro, sem contemplações, se torna tão imperiosa, que dela somos capazes, sem pensar no horror e nas consequências devastadoras que levamos à vida de outros e trazemos à nossa própria vida.

E mais, que mecanismos externos e internos nos podem defender disto, quer sejamos potenciais vítimas ou criminosos…conhecemo-nos suficientemente bem para saber que seremos incapazes de passar a linha? E os outros, os que amamos, os que vivem connosco, ou aqueles com quem nos cruzamos no dia-a-dia, estarão longe ou próximo do seu limbo?

Neste momento, em que nos esperam momentos difíceis das nossas vidas, onde as necessidades que nos foram progressivamente criadas vão deixar de poder ser satisfeitas, e em que eventualmente as mais básicas também não, haverão muitos mais seres capazes de atravessar a fronteira…
o crime tornar-se-á banal?

5 de janeiro de 2011

O novo ano





O novo ano chegou cinzento, chorão, empastelado. Veio húmido, triste, apertado na forma e no feitio. Este ano pede cama, incita à preguiça, à modorra de um livro lido em viés, ao copo cheio, à lareira acesa.


Por agora, este ano até nas palavras é parco.