30 de agosto de 2011

"Os Dias do Avesso"

A crónica de hoje da Isabel Stilwell e do Eduardo Sá poder-se-ia ter chamado "nomes do avesso". E eu, que tenho um nome assim, do avesso, tive uma imensa vontade de entrar naquele estúdio e juntar-me à conversa. O meu sobrenome, o que uso em toda a parte, o que me caracteriza pessoal, social e profissionalmente, não é de família, foi escolhido, composto e adoptado por mim, de entre os apelidos do meu primeiro marido, ainda que não fosse (deliberadamente?) o apelido que ele utilizava.

O acto de adoptar o apelido dos cônjuges, tem certamente múltiplas motivações, desde afirmação social a puro amor. O meu teve sobretudo que ver com o facto de me sentir órfã de um sobrenome de família. Desde criança sentia/sabia, que não podia usar, para não magoar os que amava, o apelido de um ausente afectivo. Assim, passei toda a minha infãncia e adolescência em busca de um outro sobrenome que para além do materno me completasse o “nome todo”, pois isto de ter (usar) só um, que não era o último, era mais um fardo que tinha que carregar e que me distinguia dos meus amigos e colegas. Muitas vezes pedi ao meu padrasto para me adoptar para puder usar o seu apelido, aquele que era comum à nossa família, pedido sempre recusado porque eu não era, objectivamente, órfã.

Quando me apaixonei perdidamente, tive a sorte de um dos sobrenomes do meu futuro marido ter para mim um significado simbólico/romântico: um personagem de um dos meus autores favoritos partilhava o mesmo apelido.

E assim, aquando do matrimónio (que não foi sagrado, porque só foi civil) adoptei aquele apelido (que para espanto da senhora conservadora não correspondia ao último sobrenome do noivo) que liguei com um “de” ao meu sobrenome materno, e ficou bem.

Depois do divórcio quis mantê-lo: não queria perder a minha identidade, não queria, voltando ao nome de solteira, fazer “concorrência” a mim própria no campo profissional, não queria contar a todo o "planeta" que me tinha divorciado. Para tal, tive que formal e legalmente solicitar autorização, ao suposto dono daquele nome, que era já meu por direito de uso e identidade, para com ele permanecer. O meu ex-marido, felizmente, foi magnânime e concedeu sem qualquer constrangimento a autorização para eu manter aquele sobrenome que ele nem reconhecia como seu.

E hoje sou este sobrenome e não me consigo imaginar com qualquer outro.
E ainda que me tenha voltado a casar não voltei a mexer no meu nome.
Jamais mexerei.

Agosto




Podemos não gostar dele.


Podemos acusa-lo de muito: mentiroso; traidor; desleal; falso; frustrante; inconveniente; egocêntrico. Mas nunca de incoerente, não isso não, ele termina exactamente como começou: com chuva.

26 de agosto de 2011

Eu, Xanuca B. me confesso!



Tenho uma adicção!

Estou em desespero de carência!
Apresento todos os sintomas descritos na literatura científica.

Por isso, e porque a primeira semana de abstinência é a mais difícil de ultrapassar, preciso de uma praia (com espreguiçadeiras), já!

Pronto, também pode ser uma piscina...

23 de agosto de 2011

Morri de .... SPF agudo!

Sente cansaço, sonolência, falta de apetite, pro­blemas de concentração, irritabilidade e insónias?


Sim, Sim, Sim!


São apenas alguns dos sintomas identificados pela Sociedade Espanhola de Medicina da Família e Comunitária (SEMFC), associados à síndrome pós-férias, que nesta altura do ano afecta muitas pessoas. Trata-se de uma situação indutora de stress e não de uma doença. ‘Todo o ser humano sofre da síndrome pós-férias, que no fundo é uma versão mais alargada da depressão de Domingo à noite, ou seja, da sensação mais ou menos desagradável de termos de voltar ao trabalho após um período de descan­so”, explica a psicoterapeuta Madalena Lobo. Esta é uma situação gerada pela alteração de ritmos biológicos, nomea­damente do ponto de vista do sono. “O stress prende-se basicamente com uma adaptação por parte do nosso organismo, seja ela boa ou má. Há muitas pessoas que quando entram de férias adoecem, porque demoram a adaptar-se ao novo ritmo fisiológico”, explica Madalena Lobo. Quando depois de um período de pausa e de descontracção, as pessoas se vêem obrigadas a regressar à sua rotina laboral que a maior parte das vezes está associada a uma série de outras rotinas, é natural que isso desencadeie um estado de ansiedade.

“Durante as férias as pes­soas aproveitam para se desligarem dos problemas do trabalho e do quotidiano, mas à medida que o tempo de recomeçar se aproxima, é evidente que a ansiedade aumenta, principalmente quando os pro­blemas não ficaram resolvidos, mas ape­nas adiados”, adianta a actual presidente da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e de Counselting, Odete Nunes. “Para tornar o regresso ao trabalho menos penoso é importante que as pessoas aproveitem algum tempo das suas férias para descansar física e psicolo­gicamente. Não há receitas milagrosas e universais em relação a este assunto, mas se as pessoas conseguirem encontrar um equilíbrio entre a actividade e o repouso, recarregam muito melhor as baterias e en­frentam de uma maneira bem mais tran­quila o momento de regressar ao traba­lho”, salienta a também Directora-adjunta do Departamento de Psicologia e Sociolo­gia (DPS) da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL). A adaptação ao regresso ao trabalho é tanto mais complicada, quanto maior for o período de férias, por isso, defende Madalena Lobo, é extremamente importante que a adaptação seja feita de uma forma progressiva. “Para comba­termos a síndrome pós-férias devemos começar por perceber que quanto maior for o fosso entre o momento presente e o momento futuro, pior é a adaptação, portanto, comem que se passe de um momento para o outro de uma forma o mais suave possível”, aconselha a psicote­rapeuta. “Se em férias a pessoa está habi­tuada a levantar-se por volta das 10 horas da manhã e em tempo laboral por volta das 7h30m, o ideal é que uns dias antes de terminar as férias comece progressi­vamente a levantar-se mais cedo, sendo que também deve começar a deitar-se mais cedo, para desta forma fazer uma abordagem gradual à exigência que vai fazer ao seu organismo quando começar a trabalhar”. É ainda importante come­çar a estruturar mentalmente as rotinas, arrumando e planeando algumas coisas, aproximando-se daquilo que vai ser o seu ritmo diário. Esta síndrome, no entanto, não dura muito tempo. Regra geral não se prolonga por mais do que duas semanas, sendo ultrapassada naturalmente e sem recurso a ajuda especializada, contudo, se os sintomas persistirem após este período é aconselhável consultar um médico, para despistar outras patologias.



Afinal, não morri! Dentro de duas semanas estarei ... menos mal!

Regresso




Voltei. Com vontade de partir...