11 de maio de 2011

“O que os Finlandeses precisam de saber sobre nós”

Circula na net, e até já teve honras nos noticiários da noite, um vídeo “O que os Finlandeses precisam de saber sobre nós”.


Este vídeo demonstra bem quem somos, mas no nosso pior.


Mostra como funcionamos [subliminarmente] nesta coisa dos amigalhaços e dos favorezinhos, a mensagem geral é: “eu ajudei-te agora tu fazes o favor de me ajudar” na muito nacional prática da cunha e do amiguismo, seguindo o luso ditado “uma mão lava a outra e as duas lavam a cara”.


Isto é triste, comezinho, para não dizer indelicado! Quando se ajuda é suposto que se faça desinteressadamente e é muito deselegante atirar à cara do ajudado aquilo que se lhe fez, e muito menos pedir o seu estorno.


Por outro lado, uma coisa é ajudar quem foi assolado por uma guerra, uma catástrofe natural, algo que não se escolheu e que não se pode controlar, outra é pedir ajuda porque se andou a gastar mais do que se tinha.


Importava mudar de carro de dois em dois anos, Cancun em TI (em regime tudo incluído) era [e é] o destino de férias ideal, três telemóveis eram [e são] essenciais para se estar contactável em todos os operadores, para além de comprar o apartamento da cidade não se podia viver sem comprar uma casinha de fim-de-semana na praia, mais um barquinho para as voltas no rio ou na barragem.


Paralelamente, conseguimos transformar fundos comunitários para o desenvolvimento em montes alentejanos e piscinas e a juntar ao ramalhete escolhemos (salva seja!!! que não tenho nada com isso) uns incompetentes para nos governar.

Face ao que somos, temos que reconhecer que o princípio mais aceitável até é o que nós usamos no nosso dia-a-dia quando um pobre se nos dirige a pedir: se for comida, com mais ou menos vontade, até lha podemos pagar, mas se nos vem pedir dinheiro para drogas ou tabaco então dizemos-lhe que vá ali dar uma voltinha que a vida está má e que não se alimentam vícios.


Ora, parece-me a mim que os Finlandeses acham justamente que nós estamos a pedir dinheiro para alimentar os nossos pequenos grandes vícios, ou pelo menos para pagar os que tivemos durante os últimos anos, e eu cá, em consciência, também não emprestava!

1 comentário:

Brisa disse...

E aceitar que somos assim, uns pedinchas para o vício, pelo que nenhum país tem a obrigação de nos emprestar dinheiro? Hilariante, o título de uma notícia que vi num telejornal: "ensinámos os ingleses a tomar chá e agora não nos querem emprestar dinheiro". Isto tem classificação, para mais vindo de um jornalista?