"Se não mentir a si próprio, descobrirá que é uma pessoa com limites e deixará de querer ir a todas, como fazem os fóbicos. Também não será dono da verdade nem tão importante como são os paranóicos. Não será o mais perfeito, o que fica para os obsessivos, nem tão brilhante ou poderosos como os histriónicos e psicopatas. Não será uma pessoa muito original, como os esquizofrénicos, nem um génio, como os maníaco-depressivos. Será apenas uma pessoa comum que aceita os desafios e os paradoxos da vida, faz o possível para, em cada momento, dar o que pode e actuar em conjunto com os outros. No entanto, tem de assumir a responsabilidade completa pelas suas acções. Afinal, todos fomos expulsos do Paraíso e condenados à solidariedade. Fizemos das fraquezas forças e, uns com os outros, construímos coisas admiráveis.Convenhamos, entretanto, que tudo isto é muito complicado, pouco gratificante e difícil de fazer. Fácil, Fácil é mesmo tornar-se doente mental."
In: Com Tornar-se Doente Mental (ABREU, J. L. PIO.; 2006)
1 comentário:
Adorei a citação!
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