A crónica de hoje da Isabel Stilwell e do Eduardo Sá poder-se-ia ter chamado "nomes do avesso". E eu, que tenho um nome assim, do avesso, tive uma imensa vontade de entrar naquele estúdio e juntar-me à conversa. O meu sobrenome, o que uso em toda a parte, o que me caracteriza pessoal, social e profissionalmente, não é de família, foi escolhido, composto e adoptado por mim, de entre os apelidos do meu primeiro marido, ainda que não fosse (deliberadamente?) o apelido que ele utilizava.
O acto de adoptar o apelido dos cônjuges, tem certamente múltiplas motivações, desde afirmação social a puro amor. O meu teve sobretudo que ver com o facto de me sentir órfã de um sobrenome de família. Desde criança sentia/sabia, que não podia usar, para não magoar os que amava, o apelido de um ausente afectivo. Assim, passei toda a minha infãncia e adolescência em busca de um outro sobrenome que para além do materno me completasse o “nome todo”, pois isto de ter (usar) só um, que não era o último, era mais um fardo que tinha que carregar e que me distinguia dos meus amigos e colegas. Muitas vezes pedi ao meu padrasto para me adoptar para puder usar o seu apelido, aquele que era comum à nossa família, pedido sempre recusado porque eu não era, objectivamente, órfã.
Quando me apaixonei perdidamente, tive a sorte de um dos sobrenomes do meu futuro marido ter para mim um significado simbólico/romântico: um personagem de um dos meus autores favoritos partilhava o mesmo apelido.
E assim, aquando do matrimónio (que não foi sagrado, porque só foi civil) adoptei aquele apelido (que para espanto da senhora conservadora não correspondia ao último sobrenome do noivo) que liguei com um “de” ao meu sobrenome materno, e ficou bem.
Depois do divórcio quis mantê-lo: não queria perder a minha identidade, não queria, voltando ao nome de solteira, fazer “concorrência” a mim própria no campo profissional, não queria contar a todo o "planeta" que me tinha divorciado. Para tal, tive que formal e legalmente solicitar autorização, ao suposto dono daquele nome, que era já meu por direito de uso e identidade, para com ele permanecer. O meu ex-marido, felizmente, foi magnânime e concedeu sem qualquer constrangimento a autorização para eu manter aquele sobrenome que ele nem reconhecia como seu.
E hoje sou este sobrenome e não me consigo imaginar com qualquer outro.
E ainda que me tenha voltado a casar não voltei a mexer no meu nome.
Jamais mexerei.
O acto de adoptar o apelido dos cônjuges, tem certamente múltiplas motivações, desde afirmação social a puro amor. O meu teve sobretudo que ver com o facto de me sentir órfã de um sobrenome de família. Desde criança sentia/sabia, que não podia usar, para não magoar os que amava, o apelido de um ausente afectivo. Assim, passei toda a minha infãncia e adolescência em busca de um outro sobrenome que para além do materno me completasse o “nome todo”, pois isto de ter (usar) só um, que não era o último, era mais um fardo que tinha que carregar e que me distinguia dos meus amigos e colegas. Muitas vezes pedi ao meu padrasto para me adoptar para puder usar o seu apelido, aquele que era comum à nossa família, pedido sempre recusado porque eu não era, objectivamente, órfã.
Quando me apaixonei perdidamente, tive a sorte de um dos sobrenomes do meu futuro marido ter para mim um significado simbólico/romântico: um personagem de um dos meus autores favoritos partilhava o mesmo apelido.
E assim, aquando do matrimónio (que não foi sagrado, porque só foi civil) adoptei aquele apelido (que para espanto da senhora conservadora não correspondia ao último sobrenome do noivo) que liguei com um “de” ao meu sobrenome materno, e ficou bem.
Depois do divórcio quis mantê-lo: não queria perder a minha identidade, não queria, voltando ao nome de solteira, fazer “concorrência” a mim própria no campo profissional, não queria contar a todo o "planeta" que me tinha divorciado. Para tal, tive que formal e legalmente solicitar autorização, ao suposto dono daquele nome, que era já meu por direito de uso e identidade, para com ele permanecer. O meu ex-marido, felizmente, foi magnânime e concedeu sem qualquer constrangimento a autorização para eu manter aquele sobrenome que ele nem reconhecia como seu.
E hoje sou este sobrenome e não me consigo imaginar com qualquer outro.
E ainda que me tenha voltado a casar não voltei a mexer no meu nome.
Jamais mexerei.
3 comentários:
Como eu te compreendo.
Eu disse ao sr. conservador que tinha nascido com este nome e com ele morreria sem lhe mexer!
Todos os presentes que eram poucos, ficaram chocados!
O dono do apelido aceitou a coisa como normal... e ainda para mais ter 3 nomes/apelidos a terminar em "ão" seria anedótico!
Já tinha reparado no quão imponente é o teu nome. Não sabia que se podia fazer essas escolhas, mas agrada-me, porque há gente que, coitadinha, não foi lá muito abençoada pelos nomes de família :)
hahahahahahahaha!!! sou uma Camiliana, aquele Simão Botelho do "Amor de Perdição" sempre me encheu as medidas... (a mim, à Mariana, à Teresa....:)))
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