17 de maio de 2007

Ele


Ela vacilou, olhou para baixo e sentou-se. Tudo em seu redor rodopiava, dentro de si ocorria um turbilhão de emoções e pensou que ele diria: “um redemoinho de emoções”. Desde pequeno, de muito pequeno, que ele gostava de repetir a palavra redemoinho, seria o som ou a forma como a palavra se enrola na boca que ele apreciaria? De novo a náusea, de novo o vazio. Ela inspirou o feiticeiro som da voz dele e decidiu que não o queria deixar, que não o podia deixar. No instante, discerniu o essencial: nada importava para além dele. O seu universo começava no exacto contorno do seu abraço, na prega mais íntima do seu corpo, no seu sorriso desabrido, no seu beicinho avassalador, tudo o resto não era suficientemente relevante para induzir qualquer decisão. Só ele, na sua ingénua pensante existência justificava que o universo dela continuasse para além da náusea, para além do medo…

1 comentário:

Unknown disse...

A,

"Aqui jaz o fantasma do medo
que foi derrotado por alguém
que não teve medo de ter medo e o venceu."
(C. G. Jung)

Um beijo em nome de "ele"!!
A Tia Lena

...acho k isto ainda vai dar muita risota....nesta vida, claro!!!LOL!!! e talvez noutras!!!