28 de março de 2011


Às segundas-feira tenho umas saudades da minha cria!

Mais uma voltinha, mais uma viagem….

E pronto, ainda não refeitos das presidenciais, eis que já estamos em pré-legislativas!

O telefone não para, os fins-de-semana já se acabaram, as refeições em família tornaram-se, de novo, numa miragem. Tínhamos férias marcadas para a Páscoa, para nos recompormos familiarmente dos quase quatro meses de ausências, quando nos caiem estas eleições em cima, e… adeus férias em família. E vai recomeçar tudo outra vez... mais uma voltinha, mais uma campanha eleitoral, mais muitas viagens. Mais dois meses: a levar o filho a visitar o pai no emprego, quando ele está em Lisboa, de eu e o puto criarmos a nossa rotinas a dois, por vezes interrompida por um inesperado convite para irmos jantar, ou almoçar (nos fins-de-semana) com o pai. E nós dois, vamos namorar por telefone e por email, e em algumas noites, surpreendentemente, sentirei alguém chegar à minha cama pela noite dentro, ou então cruzamo-nos na garagem de manhã, quando ele vem a casa tomar duche e mudar de roupa, ou pode ser que marquemos encontros em hotéis, como às vezes fazemos, num qualquer ponto do país por onde ele andar. Se nós sobrevivermos a esta dose dupla, somos mesmo uma família à prova de bala! E vamos ter umas grandes férias de Verão!


(Certo? Ou podem constitucionalmente acontecer mais eleições?)

24 de março de 2011

Devaneios & (des)Governo


Estou aqui a ouvir os discursos na AR, à espera da mudança, e não me consigo concentrar nas palavras destes homens (e parcas mulheres). Escorrem-me pelos ouvidos os chavões, as novas expressões, mil vezes, ditas pelos sucessivos membros do Governo que passaram pelo hemiciclo. Ribombam as locuções “coligação negativa” e as “eleições que os portugueses não querem” repetidas por todos, numa ladainha ensaida de velha beata. E a minha imaginação voa para as reuniões em que estes discursos foram escritos. Entre o fumo dos cigarros (porque as leis são só para os gajos cumprirem), vejo os dedos febris dos assessores que avidamente tomam notas nos seus PCs, enquanto fazem contas à vida e aos ordenados que vão deixar de receber mais os telefonemas que ainda vão ter de fazer para ver se se encaixam em qualquer lado. Oiço as gargalhadas quando festejam mais uma jogada conseguida ou uma rasteira passada. Vejo-os encostados nas cadeiras a falar da estupidez dos gajos (que somos nós) e que agora é que vão ver aqueles cães malditos (somos nós, outra vez) porque são capazes de dar maioria aos sacanas dos gajos (agora referem-se ao PSD e ao PP) a pensar que nos (lhes) lixam a vida ( os palermas dos gajos, que somos nós outra vez) . Aliviam-se as costas, levantam-se os ombros, incham o peito, atenuam-se as rugas, quando enumeram racionalmente as vantagens de se livrarem, neste momento, do poder num país que já não é governado por eles, mas pela EU, onde eles (também) se sentem acossados. No fundo, não perdem muito, aliás não perdem mesmo nada. As empresas, as universidades, os bancos, as carreiras internacionais estarão à sua espera, (sempre assim foi e sempre assim será) porque está na hora de capitalizar os favores e com sorte este Verão finalmente têm férias a sério. Parvalhões (pensam eles de nós). Parvalhões, penso eu deles.


Nota 1: a linguagem deste post foi moderada e foram retirados todos os palavrões escritos inicialmente. Quem ouviu ou leu as transcrições das escutas Vara/Sousa sabe do que é que estou a falar. Também não utilizei o "pá" pela sua irritante banalidade.


Nota 2: tenho a convicção que o imaginado para esta reunião específica é facilmente transferível, mais boçalidade, menos boçalidade, para qualquer um dos outros grupos parlamentares. Para aquela classe elitista (dos que chegam perto do poder) nós seremos sempre, e só, os gajos de que se servem para os entronizar no poder.

20 de março de 2011

E fico sempre enternecida quando os vejo aos dois entre legos, meccanos e ferramentas a sério. E também, quando mexem na terra dos vasos de terraço ou quando adormecem juntos no sofá a ver futebol. E até mesmo, quando ficam os dois a bater o pé à porta das lojas de roupa dos centros comercias, onde eu não consigo comprar nada com tanta pressão. Adoro vê-los juntos. Tão iguais e tão diferentes, como só pai e filho podem ser.

15 de março de 2011

Os dias de ...


O marketing para os dias especiais disto e daquilo é tramado. Quem não reúne as condições, fica perfeitamente descontextualizado senão mesmo à beira do suicídio, face ao bombardeamento dos produtos que nos remetem para a norma, para o cliente-alvo padrão.

Não ter família, à mão, no Natal é fatal, não ter um(a) namorado(a) a 14 de Fevereiro é dramático, não ter mãe no primeiro domingo de Maio é uma tristeza e não ter pai a 19 de Março é uma valente chatice. E isso, eu sei bem como é: desde que me lembro de ser gente que não tenho pai.

Em pequena, quando na escola todas as crianças faziam, com maior ou menor entusiasmo, o presente para o seu paizinho, eu limitava-me a fazer qualquer coisa mal enjorcada, para depois deitar para o lixo, sem nunca ninguém ter visto a obra. Depois de alguns anos de explicações ou omissões, e face à comiseração colectiva do “coitadinha, filha de pais divorciados” seguida de um complacente encolher de ombros e abanar de cabeça do interlocutor adulto, resolvi, já no inicio da adolescência, cortar o mal pela raiz e dizer que o dito tinha morrido para me deixarem de chatear com aquelas mariquices [perante a morte as pessoas tendem a ter mais respeito, ficam inibidas e o “coitadinha” é mais contido, emocionalmente diferente, já não era a criança voluntariamente abandonada, mas aquela a quem a morte tinha precocemente roubado o pai].
Não é que eu não tivesse a quem dar, tinha, tinha e tenho, um padrasto espectacular, mas não era meu pai, e não há o dia do padrasto.
E eu, nestas coisas sou "pão, pão, queijo, queijo": não me venham cá dizer que um companheiro é um marido, que os enteados são filhos, que as sogras também são mães, ou que os padrastos ou as madrastas são pais. Não são, são exactamente aquilo que são: companheiros, enteados, sogras, madrastas e padrastos. Bons ou maus, cada um tem o seu papel e o seu lugar, e a vida é bem mais simples se ninguém quiser usurpar o lugar de ninguém.

Assim, porque nunca tive pai, não faço a mínima ideia do que é ter um. E sem esta experiência o 19 de Março é apenas o dia que me lembra que há um sentimento que não sei sentir, uma relação que não vivi e uma série de emoções que nunca experimentei.

Por isso, caros senhores do marketing não me chateiem com a treta do dia do pai, não me invadam com sms, mails, correspondência a anunciar promoções que versam o tema pois não estou minimamente interessada, não sou uma cliente-alvo!
Não tenho ninguém a quem ligar, não tenho presentes para dar, nem refeições a pagar.

Irra, que estou cansada de apagar mensagens a oferecer coisas de que não preciso, nem nunca vou precisar!

A questão dos iates também está resolvida!

Iates de luxo estão a pagar o gasóleo ao mesmo preço dos barcos de pesca, ou seja, 80 cêntimos por litro. O ‘fenómeno’ tem que ver com uma portaria que beneficia as embarcações turísticas, colocando-as em pé de igualdade com as pesqueiras.
Segundo o SOL apurou, existem neste momento cerca de 250 embarcações daquele tipo a beneficiarem dos 80 cêntimos por litro a que nos últimos dias tem sido comercializado este gasóleo. Recorde-se que este nível de preços só é possível porque o Estado subsidia este combustível. Trata-se da portaria n.º117-A, de 8 de Fevereiro de 2008, que regulamenta e fixa as isenções e taxas reduzidas do ISP (imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos) previstas no Código dos Impostos Especiais de Consumo. No diploma admite-se a isenção de ISP a embarcações utilizadas na navegação comercial, designadamente na marítimo-turística. Assim sendo, veleiros, iates, catamarãs e outras embarcações ligadas à actividade turística estão autorizadas a abastecer-se com o chamado ‘gasóleo verde’ (colorido e marcado), substancialmente mais barato que o gasóleo ‘normal’ ou a gasolina.

Mais uma questão resolvida, olha se estes também faziam greve? Sem golf e sem iates era impossível o país não ter de recorrer ao FMI!

14 de março de 2011

O país vai melhorar...

Governo prepara redução do IVA para o golfe
14 Março 2011 00:01
Ana Torres Pereira - atp@negocios.pt


Sócrates foi sensível a argumentos do sector. Praticantes poderão pagar apenas 6% de imposto, em vez dos 23% actuais. Solução passará por nova interpretação da lei.
Os campos de golfe deverão voltar a ser tributados à taxa reduzida de IVA, de 6%, em vez dos 23% que são obrigados a praticar desde o início do ano, com a entrada em vigor do Orçamento do Estado (OE) para 2011. A mudança surge num momento em que o Governo prepara medidas de austeridade que também atingirão o IVA.

Estão a ver como com este Governo tudo o que é realmente importante se resolve! Olha se os golfistas entravam em greve?

11 de março de 2011

O Discurso do Presidente


"A nossa sociedade não pode continuar adormecida perante os desafios que o futuro lhe coloca. É necessário que um sobressalto cívico faça despertar os Portugueses para a necessidade de uma sociedade civil forte, dinâmica e, sobretudo, mais autónoma perante os poderes públicos.

O País terá muito a ganhar se os Portugueses, associados das mais diversas formas, participarem mais activamente na vida colectiva, afirmando os seus direitos e deveres de cidadania e fazendo chegar a sua voz aos decisores políticos. Este novo civismo da exigência deve construir-se, acima de tudo, como um civismo de independência face ao Estado.

Em vários sectores da vida nacional, com destaque para o mundo das empresas, emergiram nos últimos anos sinais de uma cultura altamente nociva, assente na criação de laços pouco transparentes de dependência com os poderes públicos, fruto, em parte, das formas de influência e de domínio que o crescimento desmesurado do peso do Estado propicia.

É uma cultura que tem de acabar. Deve ser clara a separação entre a esfera pública das decisões colectivas e a esfera privada dos interesses particulares.

Os cidadãos devem ter a consciência de que é preciso mudar, pondo termo à cultura dominante nas mais diversas áreas.
Eles próprios têm de mudar a sua atitude, assumindo de forma activa e determinada um compromisso de futuro que traga de novo a esperança às gerações mais novas.

É altura dos Portugueses despertarem da letargia em que têm vivido e perceberem claramente que só uma grande mobilização da sociedade civil permitirá garantir um rumo de futuro para a legítima ambição de nos aproximarmos do nível de desenvolvimento dos países mais avançados da União Europeia.

Esta é uma tarefa de todos, cada um tem de assumir as suas próprias responsabilidades. É essencial que exista uma união de esforços, em que cada português se sinta parte de um todo mais vasto e realize o quinhão que lhe cabe.

Necessitamos de recentrar a nossa agenda de prioridades, colocando de novo as pessoas no fulcro das preocupações colectivas. Muitos dos nossos agentes políticos não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático. Precisamos de uma política humana, orientada para as pessoas concretas, para famílias inteiras que enfrentam privações absolutamente inadmissíveis num país europeu do século XXI. Precisamos de um combate firme às desigualdades e à pobreza que corroem a nossa unidade como povo. Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos.

A pessoa humana tem de estar no centro da acção política. Os Portugueses não são uma estatística abstracta. Os Portugueses são pessoas que querem trabalhar, que aspiram a uma vida melhor para si e para os seus filhos. Numa República social e inclusiva, há que dar voz aos que não têm voz.

...
O exercício de funções públicas deve ser prestigiado pelos melhores, o que exige que as nomeações para os cargos dirigentes da Administração sejam pautadas exclusivamente por critérios de mérito e não pela filiação partidária dos nomeados ou pelas suas simpatias políticas.

A coesão entre as gerações representa um importante activo de que Portugal ainda dispõe.
Os jovens não podem ver o seu futuro adiado devido a opções erradas tomadas no presente. É nosso dever impedir que aos jovens seja deixada uma pesada herança, feita de dívidas, de encargos futuros, de desemprego ou de investimento improdutivo.

O exemplo que temos de dar às gerações mais novas é o exemplo de uma cultura onde o mérito, a competência, o trabalho e a ética de serviço público sejam valorizados. Entre as novas gerações, Portugal dispõe de recursos humanos altamente qualificados. Se nada fizermos, os nossos melhores jovens irão fixar-se no estrangeiro, processo que, aliás, já começa a tornar-se visível.

É fundamental que a sociedade portuguesa seja despertada para a necessidade de um novo modo de acção política que consiga atrair os jovens e os cidadãos mais qualificados. O afastamento dos jovens em relação à actividade política não significa desinteresse pelos destinos do País; o que acontece, isso sim, é que muitos jovens não se revêem na actual forma de fazer política nem confiam que, a manter-se o actual estado de coisas, Portugal seja um espaço capaz de realizar as suas legítimas ambições. Precisamos de gestos fortes que permitam recuperar a confiança dos jovens nos governantes e nas instituições.

Seria extremamente positivo que os jovens se assumissem como protagonistas da mudança, participando de forma construtiva, e que as instituições da nossa democracia manifestassem abertura para receber o seu contributo. A geração mais jovem deve ser vista como parte da solução dos nossos problemas.

...
Foi especialmente a pensar nos jovens que decidi recandidatar-me à Presidência da República. A eles dediquei a vitória que os Portugueses me deram. Agora, no momento em que tomo posse como Presidente da República, faço um vibrante apelo aos jovens de Portugal: ajudem o vosso País!

Façam ouvir a vossa voz. Este é o vosso tempo. Mostrem a todos que é possível viver num País mais justo e mais desenvolvido, com uma cultura cívica e política mais sadia, mais limpa, mais digna. Mostrem às outras gerações que não se acomodam nem se resignam.

Sonhem mais alto, acreditem na esperança de um tempo melhor. Acreditem em Portugal, porque esta é a vossa terra. É aqui que temos de construir um País à altura das nossas ambições. Estou certo de que, todos juntos, iremos vencer.
"
Excertos do Discurso da Tomada de Posse do Presidente da República em 9 de Março de 2011, (fonte : http://www.presidencia.pt/, com negritos apostos pela autora deste post.
Então estas é que são as palavras que inflamaram a nação socialista?
São estas as frases do ressabiamento do Presidente alardeadas na Comunicação Social?
Aquelas, que podem causar profunda instabilidade política pelo desafio à cooperação institucional, no dizer dos "fazedores de opinião"?
Meus amigos, ou estão todos muito nervosos ou padecem de uma estranha deficiência auditiva. Não me parece nada que se possa extrapolar desta intervenção que o senhor Presidente esteja amanhã na manif da "geração à rasca", nem acho que tenha votado telefonicamente na música dos "Homens da Luta" no festival da canção nacional.

7 de março de 2011

O Festival da Canção



Grupo de Gel e Falâncio vence Festival RTP da Canção com canção que recupera e parodia a música de intervenção do PREC. Voto popular foi determinante.

Uma letra que fala da situação de crise que o país atravessa e uma música que recupera o imaginário da canção de protesto do PREC fazem A luta é alegria, a canção dos Homens da Luta que na noite de anteontem lhes valeu o passaporte para a primeira semifinal do Festival da Eurovisão, a realizar em Maio em Dusseldorf, na Alemanha.

O resultado da votação em directo para a RTP, decorrente da soma do televoto com os votos dos 20 júris distritais do país, desagradou a parte do público no Teatro Camões, em Lisboa, onde decorreu o 47.º Festival RTP da Canção.

A vitória dos Homens da Luta, um sexteto que tem como figuras dominantes os irmãos Nuno e Vasco Duarte (mais conhecidos como Gel e Falâncio), que há algum tempo irromperam na cena audiovisual, nomeadamente com programas de humor na SIC Radical e na Antena 3, foi determinada pelo voto popular. A luta é alegria somou 18 pontos (seis dos júris mais 12 do público), superando em apenas um ponto a segunda classificada, São os barcos de Lisboa, interpretada por Nuno Norte e que foi a eleita do júri nacional.

"Acto de comédia"

A luta é alegria tem letra de Gel e música de Falâncio, e foi interpretada por um grupo que representava arquétipos do imaginário pós-25 de Abril de 1974, com o militar, o operário, a camponesa e a revolucionária, sobre um fundo de cravos vermelhos. "De noite ou de dia, a luta é alegria/ E o povo avança é na rua a gritar", diz o refrão da canção, cuja vitória originou - tanto no Teatro Camões como no espaço virtual da Internet - reacções desencontradas.

Alguns vêem na canção mais uma expressão do mal-estar da "geração à rasca" e um fenómeno idêntico ao da canção Parva que sou, dos Deolinda; outros reduzem-na a uma má imagem para Portugal levar ao país de Angela Merkel...

Para o crítico de televisão Eduardo Cintra Torres, o facto de a vitória dos Homens da Luta ter sido determinada pelo voto do público vem associar-se claramente ao fenómeno Deolinda e à contestação do statu político actual. A performance dos irmãos Gel e Falâncio é "um acto de comédia usado contra a política, mas também uma forma de fazer política", diz este analista do audiovisual português e cronista do PÚBLICO.

Sobre o espectáculo e as reacções no Teatro Camões, Cintra Torres diz que ele seguiu o figurino habitual, mas que os Homens da Luta o fizeram "implodir por dentro".

José Fragoso, director de programas da RTP, contesta a ideia de que a vitória do grupo de Gel-Falâncio traga algo de extraordinário ou de diferente relativamente a edições anteriores do festival. Viu os apupos e o abandono de espectadores no Teatro Camões no final como "uma reacção normal dos perdedores", dos partidários dos outros concorrentes, mais do que qualquer manifestação de outra ordem. Fragoso lembra que metade da plateia era formada por familiares e amigos dos intérpretes das 12 canções concorrentes.

Sobre as regras da votação, o responsável pela programação da RTP diz que elas são as mesmas dos outros países participantes no Festival da Eurovisão. O programa foi o 14.º mais visto do dia, com uma audiência de 709 mil espectadores.

Após o anúncio dos resultados, Gel disse que a vitória dos Homens da Luta se devia ao "voto do povo". "Camaradas, a todos aqueles que gostam, muito obrigado; a todos aqueles que não gostam, mais obrigado ainda. A luta é alegria, e nós vamos à Alemanha mostrar isso, que Portugal não é só fado", disse o líder do grupo.

Gel e Falâncio surgiram no panora- ma mediático português com um programa na SIC Radical, Vai Tudo Abaixo, e algumas intervenções de rua inesperadas aproveitando a cobertura televisiva de casos e situações, como a do encerramento da Universidade Independente ou a tomada de posse do Governo de José Sócrates. No ano passado, já com o seu grupo actual, concorreram pela primeira vez ao Festival da Canção com o tema Luta assim não dá. A canção seria desclassificada por não ser inédita e violar, assim, o regulamento do concurso.

Jornal Público, 07.03.11



Desde miúda que as noites de festival são especiais para mim. Mas há muito que não me divertia tanto.Que grande noite ! De repente Abril chegou ao festival da canção, implodiu-o , baralhou-o, virou tudo do avesso. Uma "não canção" ganhou, uma posição política vingou pelo voto telefónico, ainda que alguns júris de capitais de distrito insuspeitas, como Viseu, lhe tenham atribuído a pontuação máxima. Fiquei fascinada, como a música pode voltar a ser, como antes de 74, uma arma de arremesso, uma afirmação, uma contra posição, uma reacção. Fui para a cama a rir... a pensar no impacto que esta brincadeira pode ter na Eurovisão, e na própria orgânica dos próximos festivais nacionais... ou muito me engano, ou as canções concorrentes passarão por um crivo mais apertado, quem sabe pintalgadas de azul.... pois certamente houve uns senhores que tiveram insónias depois de umas chamadas telefónicas...


E malta da luta vejam lá em que avião é que se metem a caminho da Alemanha, não vá ele explodir!

4 de março de 2011

Procura-se

Casa virada, sacos de lixo revolvidos, perna da mesa da sala de jantar atada com um pano da cozinha, responso a Stº António feito… e nada. Ela não aparece, a minha aliança evaporou-se, desintegrou-se, partiu, escondeu-se… sei lá. Ando doida, irritada, desesperada. Quero a minha aliança! Eu sei que posso mandar fazer outra, eu sei, mas não é a minha. Não é aquela que não troquei no dia em que me casei, porque a minha aliança não é de casamento, essa não tenho, não quis, aliás, não quisemos. È a minha aliança do compromisso maior, aliás do meu único compromisso. Nenhum vale mais do que este, nenhum será maior, mais perene ou eterno. Este é para sempre, tão absolutamente incorruptível que para mim é, de facto, o único que merece uma aliança. A minha aliança é linda e tem gravado um nome por fora, o do meu filho.

2 de março de 2011

Medo


Há qualquer coisa errada. Há qualquer coisa errada. Há qualquer coisa errada. Há qualquer coisa errada. Há qualquer coisa errada. Há qualquer coisa errada.[Esta ladainha não me saí da cabeça, nem da alma!]




1 de março de 2011

Esperança


Estes dias de sol e céu azul fazem-me sempre lembrar que o pior já passou...