31 de outubro de 2011

Mais um ano de A&L, lda.

Há 8 anos, ela disse-lhe que sim. Num fim de tarde chuvoso, ele respondeu-lhe que sim. Não trocaram alianças, ela não se vestiu de branco, ele não pôs gravata, (cada um deles já tinha cumprido anteriormente, com outros, esses chatos rituais sociais) apenas formalizaram o contrato, porque o que os uniria para a vida estava hà 4 meses dentro dela: o primeiro filho de ambos. Em noite de bruxas, certamente por elas abençoados, celebraram a sua união à beira mar com aqueles de quem gostavam e não com os que mandavam as convenções. Ainda hoje são assim: diferentes mas seguros, litigantes mas confiantes, discordantes mas inseparáveis, porque sabem que a sua relação assenta na profunda paixão pela liberdade. Ficar ou partir é sempre uma escolha, com custos é certo, e porque ambos já lhes conhecem os percursos, a escolha ainda continua a ser ficar.

25 de outubro de 2011

Estado d'alma




Se recebo, no mail, mais alguma neswsletter de agências de viagens com promoções fantásticas para a passagem de ano, expludo!

Ir com que dinheiro senhores, com que dinheiro, e festejar o quê? o quê?



Estão parvos!

24 de outubro de 2011

Ambivalência

Hás vezes pergunto-me quem sou.
Reformulo! Muitas vezes pergunto-me quem sou?
E a chuva e os dias cinzentos tornam esta pergunta - e as que lhes estão implícitas: Para onde vou? Sou feliz assim? É aqui que quero estar? Em quem confio? Em que acredito? Quais são os meus valores? O que me faria feliz? - mais pertinente.

Há em mim uma dualidade entre a conformada mulher de bem com a vida, a usufruir (por enquanto) daquilo que durante os últimos 20 anos conseguiu: estudar, viajar, trabalhar, progredir na carreira, apaixonar-se, comprar casa, casar, ter um filho, afirmar-se claramente do ponto de vista político como uma liberal social democrata, mas que sempre defendeu a IVG como um direito inalienável da mulher, e aquela outra, que acossada pelas circunstâncias divulgadas neste último mês, sente, como tão bem escreveu Sérgio Godinho, “uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes”. Aquela que, embora perceba claramente a instrumentalização política da esquerda caviar “do movimento dos indignados”, também tem vontade de lá estar, a que assiste às manifestações na Grécia e não as condena, antes se solidariza, aquela que se indigna quando os políticos que ajudou a eleger não são eticamente correctos nem socialmente responsáveis, aquela que se revolta com a demonização dos que escolheram prestar serviços aos outros (onde se inclui) na saúde, na educação, na segurança social, no emprego e em tantos outros sectores de actividade.

Concluo assim que há, também, em mim uma anarquista gorada, uma revolucionária reprimida, uma manifestante silenciada, uma hippie frustrada.

Mas pode ser que quando ficar verdadeiramente pobre, de tanto ser taxada como rica, e ficar desempregada, porque não são os cortes no vencimento, nem a eliminação dos subsídios de férias e de natal que vão resolver as questões das finanças públicas, eu finalmente “saia do armário” e me assuma como uma lutadora pela liberdade e pelos direitos de cidadania.




E então cuidado, meus amig@s, muito cuidadinho

21 de outubro de 2011

Estado d'alma


Esta depressão [colectiva] sorve-me a vontade ....
também de escrever!

13 de outubro de 2011

Manos?



Ele perguntou-me porque não tem irmãos.
Eu, poder-lhe-ia ter dado todas as respostas banais, desde as mais abstractas, (como o excesso de população mundial, as mudanças climatéricas, e a escassez de recursos naturais), às mais específicas, (como os custos financeiros que cada criança significa, sobretudo quando se fazem as opções de educação que eu fiz, as coisas que ele teria necessariamente de partilhar, a minha idade que já não é a mais indicada para andar a parir filhos), mas resolvi ser absolutamente sincera: “amo ser tua mãe, tu fazes absoluta e indissociavelmente parte da minha vida e preenches-me completamente. Nunca senti falta ou vontade de ter outro filho pois nenhum outro me poderia dar mais do que tu me dás”.



Ficou a olhar para mim e depois abraçou-me com força.
Acho que ficámos conversados!

Depois, ainda lhe expliquei que pode ter irmãos, pois os melhores irmãos são aqueles que se encontram na vida e se escolhem. Tal qual eu fiz.

6 de outubro de 2011

5 de Outubro

Há um ano faustosos panos cobriam, escandalosamente, as ilustres cabeças dos mui grandes convidados da centenária República, na Praça do Município.
Este ano, no mesmo local, o calor bem apertou, e eles ali engravatados à torreira do sol, quase davam dó, entre o suor que escorria e a desidratação eminente. A crise a tal obrigava. Novas sombras seriam mais uma vez escandalosas!

Mas será que deitaram fora as fantásticas telas do ano passado? Não as podiam ter aproveitado para este ano?

Com certeza muito ilustre hoje não vai trabalhar da valente insolação que apanhou ontem, e o absentismo nos dias de hoje é crime lesa pátria!