29 de agosto de 2008

Intimidade

Alguém me que conhece bem, ofereceu-me um novo íman para o meu computador que versa assim: “os homens vêm e vão… as jóias duram para sempre”.
Foi mesmo alguém que me conhece muito bem…

Obrigada amiga!

1, 2, experiência...




Obrigada MH, pela lição de hoje! E a inauguração só podia ser com este clip.

28 de agosto de 2008

Recado II

Caro Ministro Rui Pereira,

Estou a ouvi-lo com toda a atenção e digo-lhe já de caras que faço e farei tudo para o ajudar a combater esta “ligeiríssima” e “desvalorizável” onda de criminalidade.

Em casa, tenho grades nas janelas, o exterior é protegido por redes altas que terminam em arame farpado, câmaras de vigilância e iluminação com sensores de movimento, no interior, o alarme está ligado nas zonas da casa que não frequentamos e tenho uma bela cadela serra d'aires que quando arreganha a dentuça mete respeito.

Além disso, ando a pensar em tirar licença de porte de arma e gostava mesmo de aprender a disparar, porque tenho a mania de fazer bem feito aquilo em que me meto e se tiver de dar um tiro a um malandrão que me entre casa a dentro, quero acertar de uma vez e não deixar para ali o santinho a estrebuchar e aumentar os custos do Estado com cuidados de saúde.

Também não troquei de carro, que já tem 9 anos, para não despertar vontades alheias, e cada vez que lá entro tranco automaticamente as portas, e digo-lhe de caras, que se alguém se puser no meio da estrada a pedir ajuda pode crer que lhe passo por cima.

Prometo também, que não vou a nenhum posto de combustíveis, não vão lá entrar uns encapuçados no exacto instante em que estou a pagar o gasóleo. Juro evitar caixas multibanco, porque os assaltos se sucedem, (aliás elas também tendem a desaparecer dos sítios onde era suposto estarem!). Garanto-lhe que não entrarei em qualquer agência bancária, porque ser refém de uns malandrecos quaisquer não é propriamente o meu estilo. Afianço-lhe que aos CTT também não voltarei, o que compromete o levantar das compras por catalogo que tanto gosto de fazer. Vou ter dificuldade, mas prometo, que não me aproximarei de ourivesarias, nem para espreitar as montras.
Na medida do possível, evitarei os parques de estacionamento dos Centros Comerciais, as deslocações ao Porto, a Loures e a Setúbal, bem como a locais de diversão nocturna em geral.
E claro, que quando o gasóleo acabar, porque como já lhe afirmei não vou aos postos encher o depósito, jamais pedirei boleia a uma carrinha de transporte de valores.
Confesso que não sei o que mais fazer para o ajudar, mas até agora ainda não consegui perceber o que V. Exa. e os seus colegas do Governo, vão mandar fazer para que eu possa voltar a ter uma vida normal.

26 de agosto de 2008

Recado I

Caro senhor Presidente,
Tenho a dizer-lhe que tem estado no seu melhor se não quiser cumprir um segundo mandato em Belém, pois ultimamente:"cada tiro, cada melro". Então embirra com a nova Lei do Divórcio apresentando uns argumentos miseráveis de ideias feitas e preconcebidas, facilmente desmontáveis por qualquer estudante de ciências sociais e depois promulga, sem fiscalização preventiva da constitucionalidade, a tão discutida e sempre perigosa (pelo menos emocionalmente para um país que só não tem polícia política há 34 anos) Lei da Segurança Interna.

Se não quer continuar é só dizer, (eu também acredito que isso aí deve ser uma grande chatice) porque já há muitos em biquinhos de pés para lhe suceder, escusa é de fazer destas....


25 de agosto de 2008

Chiado


Há 20 anos tinha um exame para fazer em Setembro.Por isso, já estava de regresso a Lisboa para estudar no sossego de Agosto. E como funciono exactamente ao contrário do Marquinho do martelo, (obrigada Inês pelo contributo), pois comigo a caminha é mesmo de noite e a manhã começa bem cedo, acordei com o noticiário das seis da manhã, penso que na TSF, não me lembro de quem era a voz, mas as palavras ficaram até hoje na memória: “Lisboa está a arder”. Nunca saltei da cama tão depressa. Corri para a janela e o céu estava pardacento e cheirava a fogueiras de santos populares. Passei o resto da manhã de TV ligada e livros na mão.
Foi um dia estranho aquele em que me despedi do Chiado do qual tanto gostava.
Confesso que perdi o hábito de lá voltar.
O exame correu bem.

22 de agosto de 2008

Nome Olímpico

Quando foi necessário escolher o nome do puto, foi um drama, todos os que eu escolhia, não agradavam: ora ao pai, ora à avó, ora à tia, ora à prima, ora… ao carteiro. Porque era nome de bicho, porque era nome de gay (e depois?), porque fazia lembrar um primo palerma, porque em adulto não ficaria bem com um título académico (?), porque este familiar podia levar a mal porque era o nome de um outro parente, ora isto, ora aquilo.
Assim, já aborrecida com as discussões e opiniões adiei o problema até lhe ver a cara.
Mas no bloco de partos, (já com a barriga aberta como uma melancia em tarde de Verão) e o puto deitado em cima de mim, a discussão volta a instalar-se, desta vez, entre mim, o pai, o anestesista, o neonatologia e os dois obstetras de serviço: “olhe que tem cara disto”; “ ai, não, não, tem cara daquilo”; “olhe que ele não vai gostar”; “ com esse, na escola podem gozar” ; “ não ponha esse porque depois na escola fica para o fim nos exames”…, até que depois de sábia escolha acompanhada de convincentes e históricos argumentos da mãe (entretanto a ser cozida como um peru recheado para a ceia de Natal), a unanimidade e a calma regressaram àquele bloco de doidos, inundado de gargalhadas.

O puto gosta do seu nome. Já questionado várias vezes, sobre a hipótese de ter outro nome, recusa e prefere sempre o dele. Fico contente, porque parece que esta sábia mãe (como sempre) acertou.

A conversa do nome do puto vêm agora à baila, 4 anos e meio depois de ter sido escolhido, porque o pai invariavelmente quando o quer irritar lhe chama Nelson, sobretudo quando há parvoíce envolvida (ou por parte de um ou de outro). Lá em casa, Nelson assumiu a forma de adjectivo qualificativo equivalente a disparatado ou palerma. Ora, a partir de ontem e tendo em conta que um dos únicos quatro atletas nacionais (os outros foram Carlos Lopes em 1984, em Los Angeles, Rosa Mota em Seul, em 1988 e Fernanda Ribeiro em 1996, em Atlanta - informação CM on-line) que desde os tempos imemoráveis de todas as participações na era moderna desta tão nobre competição, conseguiu atingir o patamar de ouro de Olimpo, se chamar Nelson, parece-me desrespeitoso continuar a usar tal nome para tal fim. Vou ter que falar com os rapazes sobre o assunto. Já agora, como é que se chamava aquele rapaz que supostamente deveria ter lançado qualquer coisa pelo ar, mas gosta mais de passar a manhã na caminha?

? Por qué no te callas?

Hugo,

A maioria do teu povo é capaz de não partilhar este meu afecto, mas eu gosto de ti. Cá em casa também não gostam, e andam sempre a falar de direitos humanos, mas eu mesmo assim gosto de ti e pronto! Sempre gostei, dos teus disparates ditos convictamente, da tua bonomia, das tuas gargalhadas, do teu excêntrico modo de estar, do teu humor latino. Há! E como aprecio a tuas t-shirt e os teus bonés vermelhos (sim vermelhos, vermelhos cor da tua revolução e não encarnados como cá se diz com medo da associação à palavra comunismo), como te tornam viril, conjugados com a tua melena negra, o teu nariz adunco e a tua bochecha cheia.

Todo este afecto certamente tem que ver com a minha paixão generalizada por doidos e desvairados, e tu és um dos mais divertidos e o campeão dos desbocados. És mesmo um grande maluco, pá, até consegues jogar xadrez e passar tardes de conversa com o Fidel (?), um outro rei (também) senil manda-te calar frente ao mundo inteiro e tu ainda brincas com isso no teu canal de TV, ao mostrar ao mesmo mundo uma t-shirt com o dito e dizer que ele ta enviou e pediu para não divulgares publicamente que foi ele.

Então e ontem, pá, foste mesmo bestial, contaste ao mundo as mais profundas confidência de um dos teus grandes amigos europeus, o Zé, que te disse que o país onde ele manda tem a economia “estancada”e atrofiada (acrescento eu) e certamente te pediu o maior dos segredos, porque quer convencer os palermas que lá moram que a economia tem um dinamismo inigualável. E tu, igual a ti próprio, na tua "ingénua" sábia loucura, toca de por a boca no trombone e nós cá no burgo ficámos todos a saber (aliás, confirmámos mais uma vez) que o Zé é um grande mentiroso, e que tu és um amigo do caraças ou de Caracas, como se queira.

Gosto de ti pá, exactamente porque nunca te calas.



Xanuca B.

19 de agosto de 2008

Solidariedade Olímpica II

Eu também teria nadado que nem uma louca, corrido que nem uma desvairada e pedalado alucinadamente se tivesse sempre o meu pai a gritar atrás de mim: “ sofre, sofre, sofre”, “ tu consegues, tu consegues”, “mantêm o ritmo, sofre, acelera, tu és capaz, sofre, sofre, sofre”…

Definitivamente, a vitória da Vanessa demonstra o papel da família na vida de um atleta, só ainda não consegui concluir se tal é positivo ou negativo (emocionalmente, claro, porque o resultado objectivo foi apreciável) … de qualquer modo, se outros pais também tivessem ido para lá gritar com os seus filhos, e dado uns tabefes valentes aos dorminhocos e xeliquentos, talvez os resultados nacionais tivessem sido melhores.

Assim, sugiro ao nosso Comité Olímpico que nos próximos jogos leve menos atletas de 5ª categoria e passe a integrar nas comitivas pais gritadores e esforçados.

18 de agosto de 2008

Solidariedade Olímpica I


Como compreendo os nossos atletas olímpicos! Gosto de ficar na cama de manhã, também não sou muito dada ao tipo de trabalho que tenho que fazer, não gosto que os meus colegas me subestimem, por vezes apetece-me desistir, sobretudo quando a coisa não me corre bem logo à primeira, não gosto de decisões de superiores que não me favoreçam, e também tendo a bloquear quando me vejo em grandes apertos com um monte de gente a olhar para mim...

Só é pena que o Estado não me patrocine umas viagensinhas pelo mundo, nem me financie uma lecas para os alfinetes.
P.S - Também não sou grande fã de exercício físico ....

Regresso


Depois do sol, do sal, da areia, dos abraços, dos amigos, das sestas, dos restaurantes, dos livros, dos pôr-do-sol nas esplanadas, das noites longas... Regresso à rotina, ao quotidiano, mais do que tudo regresso a este Convento que me gela a alma...

Regresso... com vontade de partir...