28 de janeiro de 2008

Descobertas do puto




Depois das grandes revelações sobre a portugalidade de Cristóvão Colombo d’ “O Enigma” do M. Oliveira, aliás, tese muito semelhante há já divulgada pelo “Codex” do J.R dos Santos, fico assombrada com as pequenas grandes revelações do meu rotineiro dia a dia…

O puto, ainda nos seus 3 anos (a um passinho dos 4), entre birras, beijinhos, carros, tosses, aviões, ralhetes, abraços, legos, atchins, ranhocas, puzzles e bicharada diversa, já descobriu o grande mistério da serventia das letras e dos números. Tudo começou com a vontade de decifrar todas as matrículas dos automóveis, autocarros, motas e camiões que nos acompanham nas nossas peregrinações diárias casa/colégio, mas logo os números e as letras isoladamente deixaram de ter interesse. E num repente, o enorme mistério do contar revelou-se-lhe, ao descobrir que depois do vinte a coisa é sempre a mesma, só variando os números no final de cada dezena, o que lhe permite ter ambições de se aventurar a contar até ao infinito montanhas de frutos secos, à mesa depois do jantar, impedindo-nos claro está, de os comer. Nos últimos dias, avançou para a descoberta do mistério supremo da palavra escrita. Depois de perguntar dezenas de vezes que sons faziam as letras em diversas combinações e que letras eram utilizadas em algumas palavras, começou a escrever, no frigorífico, na máquina da roupa, na máquina da loiça, no secador de roupa, com as suas grandes letras de íman, o seu nome e o do pai “o da mãe fica para depois que é muito grande e precisa de muitas letras! ”. E agora quer que lhe diga como é que se juntam as palavras para escrever as histórias e os contos que lhe leio e quer que lhe compremos mais letras que aquelas não chegam para poder contar “para sempre” as suas coisas …

Fico fascinada com este meu menino teimoso e birrento que não só descobriu o modo de utilização organizada dos números e das letras, como compreendeu, mais do que muita gente grande, a perenidade da palavra escrita.

Sem comentários: