2 de julho de 2010

SCUTS


Estou cansada da conversa das scuts. Todos os dias se esgrimem opiniões, se encontram novas fórmulas de discriminação, ainda que a digam positiva, se descobrem novas soluções técnicas para cadastrar os carros que lá venham a passar, se trocam acusações políticas bacocas e estapafúrdias. Este é um processo inquinado e injusto desde o princípio, claramente usado para fins eleitoralistas e condicionado por influências políticas: não será por acaso que a maioria das scuts se encontram nas regiões que elegeram determinados senhores que vivem da política.

Acredito no principio utilizador pagador, talvez por ter vivido 17 anos naquela parte do país para além do Tejo, onde um Ministro dizia que vivem camelos, e ter assumido desde sempre, como natural, o pagamento da ponte, que nasceu no mesmo ano que eu, para chegar à capital.

Agora, que já mal a uso, a ela e à sua parceira ainda mais cara, pois vivo na capital e as visitas à família são cada vez mais escassas, começo a sentir-me roubada e a pensar nos escudos e euros que gastei ao longo da vida, para vir passear, vir às compras, vir ao médico, vir para a faculdade, e eu sei lá mais o quê, não havendo real alternativa para atravessar o rio Tejo. Eu sei que um bom político me diria que como fui atleta federada pelo Clube Naval Setubalense, bem poderia atravessar o Tejo a nado, ou ainda que toda a vida tive a hipótese de para fazer Setúbal/Lisboa e vice-versa, tinha a valorosa alternativa de dar a volta pela ponte de Vila Franca de Xira.

Por isso, caros senhores, não me lixem, quem usa paga e quem não quer vai dar a volta, e quem dera a alguns terem estradas para pagar porque neste país alguns acessos a capitais de distrito continuam a ser IC miseráveis, (azar da terra a de não ter um bom filho político que chegue a ministro e dê um jeitinho para compor a estradinha) e sobretudo esses não têm que andar a pagar as auto-estradas dos outros.

Quanto aos meios de pagamento, ponham portagens, empreguem gente e ajudem a baixar os 11% de taxa de desemprego que assola o país.

2 comentários:

Brisa disse...

Até nem sou contra o pagamento das Scuts e das AE's... desde que as tenhamos em perfeitas condições. Não é o caso da Via do Infante, por exemplo: sai-se da A2 e parece que se entra num caminho de cabras. Pagar esta Scut é tremendamente injusto, porque circular nela com frequência é dar cabo do carro! Exijam pagamento mas ofereçam estradas em boas condições.

Missanguita disse...

Apoiado! Quem usa que pague!
Alem de que todas as estradas que entram em Lisboa são pagas. Porque não podem as do Porto ser também? Olha que ai não querem igualdade...