10 de julho de 2007

Ventos...


Os distritos de Lisboa e sul do continente português estão hoje sob alerta Amarelo devido à previsão de vento forte e temperaturas elevada, enquanto a radiação ultravioleta vai apresentar-se com valores muito altos.
Será que estes são finalmente os ventos da mudança?

3 comentários:

Anónimo disse...

Já vi que gosta de ventos e ventanias, então aqui fica:

O VENTO

O vento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.
Quer me levar: escuta
como ele corre o mundo
para levar-me longe.

Esconde-me em teus braços
por esta noite erma,
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumerável.

Escuta como o vento
me chama galopando
para levar-me longe.

Como tua fronte na minha,
tua boca em minha boca,
atados nossos corpos
ao amor que nos queima
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me.

Deixa que o vento corra
coroado de espuma
que me chame e me busque
galopando na sombra,
enquanto eu, protegido
sob teus grandes olhos,
por esta noite só
descansarei meu amor.


Pablo Neruda

Beijo
LD

Xanuca B disse...

Obrigada pelo momento. E assim devolvo um mais prosaico,mas não menos poético...

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

PS - Devolvo também um beijo.

Unknown disse...

Qual mudança???????????!!!!!!!!!!!!
Não sinto nada...........
http://www.youtube.com/watch?v=Jt8Q7Fsa_Vs

THE SHOW MUST GOES ON..........
ihihihihihhiihi..........
bj
PH