10 de setembro de 2010

A inocência ou o pecado - o caso CPLx

Hesito em escrever este post. Resisto em escrevê-lo. Quando me interpelam sobre o assunto só me apetece responder:”não sei, não sei, não sei!”. Eu, gaja opiniosa, tão certa de tudo e de nada, aqui me confesso: neste assunto não consigo ter opinião formada.

Se por um lado reconheço que em matéria da sexualidade tudo é possível, [não seja eu uma amante de literatura erótica] [e se ainda se me restavam dúvidas fiquei curada numa “célebre “ visita ao Museu do Sexo de Amesterdão sobretudo na sala dedicada às aberrações – que voltas que eu dei ao pescoço para perceber bem algumas imagens e materiais expostos - ], podendo o/a aparentemente mais “santo/a” dos homens/mulheres ser um(a) devasso/a em potência na sua intimidade [não ponho as mãos no fogo por absolutamente ninguém! – ui a discussão que isto deu ontem ao jantar!].

Se reconheço igualmente, que na dimensão humana, uma mentira repetida inúmeras vezes se torna uma verdade vivida e irrenunciável.

Já tenho menos confiança no processo de investigação [li a página do CC e os factos apresentados são absolutamente chocantes pelas dúvidas que suscitam].

Também sei muito bem em que país vivo, onde os “jeitos” a “manipulação” os “favores de uma mão lava a outra”, a maçonaria, a opus dei e algumas corporações têm um poder inenarrável. [as minúsculas foram propositadas]. Por outro lado, é possível, ainda assim, montar um esquema tão bem urdido que incrimine deliberadamente uns para safar outros? Há gente assim tão boa e inteligente? Ou os responsáveis da investigação foram “apenas” negligentes e manipulados?


Em suma, não sei se acredito nos olhos do homem que grita mais alto ser inocente [admiro profundamente aqueles que acreditam na sua inocência, sobretudo a sua mulher, pois em mim haveria sempre uma réstia de dúvida pelos argumentos apresentados no segundo paragrafo], acredito nas vítimas abusadas [não sei é se acusam os homens certos e tenho quase a certeza que não acusam todos os que deles abusaram], não acredito na justiça portuguesa, nem no Estado, enquanto cuidador e protector de crianças e jovens.

E pronto é tudo o que no momento tenho para dizer sobre o assunto. Não me voltem a perguntar está bem?

1 comentário:

Brisa disse...

Partilho dessa "opinião". Se por um lado we never know, há tanta gente condenada mesmo sendo inocente, a verdade é que o CC é uma figura pública incontornável, não estou a ver as grandes figuras da nossa praça a serem condenadas seja pelo que for. E, mais, é suposto um criminoso deste tipo ser meticuloso e cuidadoso com cada passinho que dá. Sinto nisto tudo um grande ponto de interrogação.