30 de outubro de 2008

Política espectáculo

Gosto de política.
Da política verdadeira, ideológica, convicta, no profundo respeito pelo serviço aos outros.
Daquela que já não existe.
Mas também não resisto ao espectáculo assumido da política.
Aí sou fã da política à americana.
Esta política que se assume intensamente, com verdadeiros spots publicitários, onde os meios de comunicação social assumem à descarada as suas preferências, onde as convenções são apoteóticas, com pessoas que (aparentemente) ainda acreditam, que abanam convictamente trajas, fitas e bandeirolas e gritam e apupam o candidato adversário e choram pelos seus candidatos (comparado com tudo isto a política nacional é uma seca, com uns comentadores encapuçadamente tendenciosos, com uns sorumbáticos tempos de antena, entalados entre o Preço Certo e o Telejornal, com os Congressos vazios, com os jantares de bacalhau com natas e carne assada com umas pessoas amorfas que só lá vão porque as enfiam em autocarros com a promessa de ir petiscar de graça, ou receber um Magalhães ou pelo menos uma pen que funcione).
Gosto deste espectáculo onde entram brancos e negros, veteranos de guerra e donas de casa aparvalhadas, mais todos os membros das suas famílias, cães e gatos incluídos.
Ah! E gosto mesmo, mesmo, de diariamente se desmantelar uma qualquer tentativa frustrada de homicídio ao candidato pré-eleito nas sondagens diárias.
Isto sim. Já que não existe política da verdadeira ao menos que esta festa tenha todos os ingredientes: dinheiro, suor, lágrimas, ignorância, escândalos e … sangue, muito sangue (isso é que era uma festa!) … Porque agora a politica é um thriller!

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