Ninguém faz 99 anos a trabalhar, pois não?

Manuel de Oliveira o homem que quis ser artista de circo e actor, faz hoje 99 anos e tem a gaveta cheia de filmes que ainda quer realizar. Filmou, filma e filmará enquanto puder e quiser (é o que afirma a senhora Ministra da Cultura: para ele haverá sempre financiamento garantido).
Para muitos é sinónimo de grande cinema, para mim também, raramente perco um, mas sobretudo é sinónimo das maiores gargalhadas da minha vida, (confesso que já tive de sair de sessões sobre o olhar acusador de cinéfilos crónicos, por ataques de riso sobre planos que duram uma eternidade e a mim me parecem sempre com um enquadramento um bocadinho ao lado, cartões com legendas entre as cenas, ou diálogos absurdos). Recordo, muito especialmente, o filme que fez com o Pedro Abrunhosa (seria "A Carta"?) onde o " no sense" era tanto, que houve risota na sala de cinema até doer a barriga, no carro, o que me impediu de conduzir e na cama, algumas horas depois, ainda haviam ataques de riso. Abençoado Oliveira que me consegue pôr sempre tão feliz... Continue a filmar sempre, com essa genialidade, sagacidade e humor, tanto humor... (que parece que às vezes só eu e a minha amiga J. o compreendemos!).
Mas reparem, só alguém com muito, muito humor trabalha aos 99 e quer continuar. Não é?