Há tempos, num blog que gosto de ler, discutia-se qualquer coisa como: preferir que uma filha fosse prostituta versus andar a limpar casa de banho em centros de comerciais. Ainda meti o bedelho na conversa, mas fiquei-me por um simples comentário mais ou menos provocatório, mas a coisa das casas de banho sempre me fez impressão, porque tanta coisa com casas de banho e não outra coisa qualquer….
Ora a semana passada, a minha Gracinda teve que ajudar a sua filha e não veio a semana inteirinha. (Espero que volte rapidamente…) Assim, depois do pânico inicial, as coisas lá se foram fazendo, aspirar pelos de cão (houve voluntário), camas feitas de lavado (houve ajuda); cozinha e casa de banho, que limpei e esfreguei com todo o gosto e primor, com a “ajuda” de um rapazinho que não resiste a meter as mãos na água, agora engomar, essa é que é essa, nem voluntários, nem ajuda, nem nada. Seleccionado o estritamente indispensável comecei a tarefa, a coisa é horrível, ao fim de minutos doem as pernas, doem as costas, dói o braço, dói o ombro, o tempo não passa, os vincos não ficam certos, as mangas arrepanham, engomasse de um lado enrugasse do outro, raios de tarefa, começo a desatinar: em pleno Séc XXI a porcaria da roupa ainda precisa de ser engomada porquê? E foi neste martírio que me lembrei da discussão do blog e de como a questão poderia ter sido bastante mais complexa, um verdadeiro dilema: ter uma filha prostituta versus uma que tivesse que levar o dia inteiro a passar a ferro naquelas engomadorias deprimentes. Aí sim, depois do que passei naquelas duas horas, confesso que não saberia o que responder. È que se em lavar uma casa de banho pública há o poder (e o poder dá auto-estima) de encerrar a própria para as lavagens e deixar uma fila de gente desesperada para aliviar as suas necessidades básicas, numa engomadoria nada resta, para além das dores, do calor, do vapor e do desconforto, pois se por vingança se queimar uma peça de roupa deve dar uma grande confusão e acabar em despedimento.
Ora a semana passada, a minha Gracinda teve que ajudar a sua filha e não veio a semana inteirinha. (Espero que volte rapidamente…) Assim, depois do pânico inicial, as coisas lá se foram fazendo, aspirar pelos de cão (houve voluntário), camas feitas de lavado (houve ajuda); cozinha e casa de banho, que limpei e esfreguei com todo o gosto e primor, com a “ajuda” de um rapazinho que não resiste a meter as mãos na água, agora engomar, essa é que é essa, nem voluntários, nem ajuda, nem nada. Seleccionado o estritamente indispensável comecei a tarefa, a coisa é horrível, ao fim de minutos doem as pernas, doem as costas, dói o braço, dói o ombro, o tempo não passa, os vincos não ficam certos, as mangas arrepanham, engomasse de um lado enrugasse do outro, raios de tarefa, começo a desatinar: em pleno Séc XXI a porcaria da roupa ainda precisa de ser engomada porquê? E foi neste martírio que me lembrei da discussão do blog e de como a questão poderia ter sido bastante mais complexa, um verdadeiro dilema: ter uma filha prostituta versus uma que tivesse que levar o dia inteiro a passar a ferro naquelas engomadorias deprimentes. Aí sim, depois do que passei naquelas duas horas, confesso que não saberia o que responder. È que se em lavar uma casa de banho pública há o poder (e o poder dá auto-estima) de encerrar a própria para as lavagens e deixar uma fila de gente desesperada para aliviar as suas necessidades básicas, numa engomadoria nada resta, para além das dores, do calor, do vapor e do desconforto, pois se por vingança se queimar uma peça de roupa deve dar uma grande confusão e acabar em despedimento.
2 comentários:
Deixa-te de dramatismos, tiveste só que engomar uns trapinhos. Mas não há dúvida que o dilema assim fica mais interessante...sobretudo após a teoria do poder das empregadas de limpeza dos wc públicos... será que elas sabem disso?
joka
Patareca
olá, bem aparecida!!!
podes ter a certeza que elas sabem e usam, sei de uma estória hilariante de duas nossas lavadeiras lusas que no aeroporto de genebra encerraram as casas de banho e comentavam com impropérios bem nacionais o facto das ricalhaças terem que estar ali aflitinhas, só que entre as supostas ricalhaças estava lá uma colega minha que lhes respondeu à letra.. foi uma festonga nacional.
bjs
aparece.
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