25 de Março de 2007
"Espectadores da RTP elegem ditador Salazar o maior português de sempre."
Só espero que as chamadas tenham sido muito caras, porque tenho que acreditar que só meia dúzia votou .....muitíssimas vezes.
Senão, ou morro de vergonha ou vou ter de emigrar!
5 comentários:
Basta pensar um pouco (um pouquinho só) e facilmente podemos constatar que sempre que há eleições, a maior parte vota para passar ‘cartões vermelhos’ ou para um determinado partido ou candidato não ganhar.
Esta é a forma negativa e destruidora como o português encara a democracia.
caro lfm, as interpretações podem ser as mais diversas... não sei se não há uma grande maioria à procura de um "grande lider pai", e até não sei se já não O encontraram... até os nomes iniciados por "s" me parecem demasiada coincidência....
Há pessoas cuja miopia mental não as deixa ver mais do que aquilo que enxergam e mal a um palmo de distância. Não se perceber a razão de ser de um 1º lugar dado a um ex-estadista ou a um 2º lugar a um ex-oposicionista de um regime do moribundo e com os dias contados a prazo é a mesma coisa que não perceber grande coisa de que se anda cá a fazer nesta vida.
Em 1º lugar os Grandes Portugueses não passou de um programa de entretenimento feito por pacóvios e para pacóvios que ávidos de cultura de alcova de 3ª categoria já se vinham a babar da canja que lá vinha, que seria a do: "ai o meu candidato vai ganhar", " ai meu quinhentista lindo já ganhou", " ai o meu humanista é o maior salvou do extermínio 200.000 judeus", ai o meu navegador de águas profundas é que vai levar a melhor", "então e o meu marquês tão á mão, até moro perto dele e tudo, esse sim é que vai ganhar", “o meu conquistadorzinho lindo enlatado em mangas de aço é que é" ... Etc. etc... e eis que no final do programa aparece um grunho a mostrar a classificação de trás para a frente, e alguns espectadores mais entusiasmados a resmalharem nervosamente nas alcagoitas/popcorn de má qualidade ou a sorver as suas tisanas amargas para as suas cólicas nervosas começam a sentir o 1º abalo telúrico de grau zero, o das suas mentes torpes em pensar que iam ganhar coisa alguma com esta paródia idiota começam a zurrar de raiva quando vêem que o seu santo tugazito está a ficar para ultimo lugar quando tudo o que deram ao mundo português foi muito mais que tudo o que se possa pensar. E depois é o que se vê, choram baba e ranho por "terem perdido" tantos €uricos em chamaditas bufas nos seus candidatos. Estes mesmos portugueses que se indignam também são os mesmos que votariam na vaca cornélia ou no abominável Big Brother da TVI ou num qualquer talk Show de categoria duvidosa. Não se perceber que o desfecho deste Entertainment Program trazia já na sua génese a sinistra intenção que era a de extorquir a umas centenas de parvo(as) umas dezenas de milhões de €uricos é o mesmo que não perceber que quem fez o 25 de Abril está totalmente arredado de a quem é que serviu essa ousadia revolucionária. Muito mais haveria para dizer mas nem vale a pena, leiam livros e desliguem a televisão e já agora mandem-na pela janela o mais rapidamente possível se ainda se tiver alguma massa cinzenta disponível e não se quiser sofrer por osmose da medonha influência que a caixa que mudou o Mundo tem sobre todos e cada um.
só meia dúzia votou?? em que país é que vive? Volta Salazar que estás perdoado, é a postura de quem roubaram sonhos, fizeram promessas não cumpridas. Pelo menos com ele, Salazar sabia-se com o que se contava.
Regresse à terra e olhe à sua volta. Além de mais um concurso televisivo pode mostrar o que vai no intimo de um povo miserabilista que continua agarrado aos três Fs: Fátima, Futebol e Fado
O Salazarito que há em nós
Não, não é impune um país que durante cinquenta anos viu os seus filhos devorados pelo tempo.
Não, não é impune o medo de viver, o medo de existir. Não é impune a cólera surda da ignorância e da humilhação nos anões do Portugal de hoje.
Os Portugueses são senhores de um poder que não existe, num país de faz de conta, fugaz alucinação de esperança logo submersa pela inveja lamacenta e viscosa. Portugal é o paraíso da inveja: senhores de uma inveja notável os portugueses afundam-se uns aos outros e a quem cai na alçada dos detentores do poder imaginário, um poder que, se usado para servir os outros, ainda poderia ter alguma utilidade mas que apenas é usado para destruir e destruir e destruir.
A grande obra de arte deste Portugal de hoje é a mesquinha incapacidade de fazer e a inveja de quem pouco faz. Portugal que, mesmo assim, vai conseguindo subsistir milagrosamente como país de pedintes choramingas em negociações internacionais. Medíocres incapazes ou corruptos cúpidos, os portugueses são o espelho da miséria mesquinha de quem os governou durante séculos, são o barro moldado pelo rotativismo, pela primeira república, pelo salazarismo e pela incompetência e corrupção democráticas. Dá cá o meu, o primeiro lema, não sei e tenho raiva a quem sabe, o segundo lema de todo o "bom português". Todo lusito age e reage, sobretudo reage, por estes bons e consagrados lemas. Quem ousa pensar, sair do esquema, está perdido, condenado.
A hierarquia vinda dos tempos do Salazar, onde vigora o princípio da não discussão das ordens dos sargentos de segunda que nos têm governado, e que vão pisando, de acordo com as suas frustações, quem pensa pela sua cabeça, é a instituição mais sagrada. Não importa se uma discussão é válida, se as ideias dos outros são boas, se os governantes têm decidido a favor do Estado e dos cidadãos ou contra. Cidadãos esses que, bem seja dito, também se estão nas tintas para a maior parte das decisões.
O que se passa em Portugal é simples: os salazaritos de terceira decidem: "fomos eleitos para isso" e "ninguém deve discutir".
Quem sabe mais dos assuntos e quer analisar, discutir, informar o público das "ordens superiores" deve antes de tudo calar o bico, senão está a por em causa a "hierarquia" e a "desautorizar os chefes". Não se pode mexer na ordem podre desta gente medíocre que não tem coragem de dizer o que quer, e como quer, a quem lhes paga os ordenados do dinheiro dos impostos, porque não tem coragem para explicar o nada, nem tem autoridade moral e intelectual para discutir, com argumentos válidos, o que quer que seja.
Na cultura a única autoridade, com 0.1% do PIB nas mãos, é para destruir, não existe capacidade objectiva (e subjectiva, como se tem visto) de fazer.
Paolo Pinamonti foi corrido de forma grosseira do teatro Nacional de S. Carlos, estando o italiano disponível para continuar após seis anos a provar ter altas capacidades para o cargo, apenas porque discutiu as "ordens" dos tais senhores da hierarquia. Quem o descartou lesou gravemente o Estado e os cidadãos em termos da qualidade e referência internacional mas também em termos financeiros objectivos: Pinamonti estava na sua produtividade máxima e em tempo integral em Lisboa, Dammann vem em part-time a ganhar o mesmo.
Finalmente, quem decide assim lesa-se a si próprio e não é capaz de o enxergar. Será que os especialistas na utilização da palavra "hermenêutica" serão os piores a interpretar a expressão "balde do lixo da história"?
Compreendo perfeitamente porque Salazar ganhou o concurso do Maior Português. Salazar é o grande modelo dos portugueses: uns admitem, outros imitam. Creio que são preferíveis os assumidos aos recalcados.
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